segunda-feira, 16 de abril de 2012

Obras imortais da nossa literatura: Bocage

Apenas vi do dia a luz brilhante
Lá de Tubal no empório celebrado
Em sanguíneo caráter foi marcado
Pelos destinos meu primeiro instante.

Aos dois lustros a morte devornte
Me roubou, terna mãe, teu doce agrado;
Sehui Marte depois, e enfim meu fato
Dois irmãos, e do pai me pôs distante.

Vagando a curva terra, o mar profundo,
Longe da pátria, longe da ventura
Minhas faces com lágrimas inundo.

E enquanto insana multidão procura
Essas quimeras, esses bens do mundo,
Suspiro pela paz da sepultura.

Obras imortais da nossa literatura:
Bocage

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